O apelo de Florbela

Às 17:30, perto já do crepúsculo – a florbeliana “hora dos mágicos cansaços” – vibrou na Universidade de Évora a voz de Florbela Espanca. A magnífica Sala de Belas Artes da Biblioteca Geral foi o cenário escolhido para o lançamento do nº especial da Revista Callipole, Florbela Espanca. O Espólio de um Mito, realizado na passada sexta-feira, dia 15 de fevereiro, pelas 17:30.

Às 17:30, perto já do crepúsculo – a florbeliana “hora dos mágicos cansaços” – vibrou na Universidade de Évora a voz de Florbela Espanca. A magnífica Sala de Belas Artes da Biblioteca Geral foi o cenário escolhido para o lançamento do nº especial da Revista Callipole, Florbela Espanca. O Espólio de um Mito, realizado na passada sexta-feira, dia 15 de fevereiro, pelas 17:30.

O volume, organizado por Ana Luísa Vilela, António Cândido Franco (CEL-UÉ), Maria Lúcia Dal Farra (Un. Federal de Sergipe, Brasil) e Fabio Mario da Silva, doutorando da Universidade de Évora, reúne o mais extenso, completo e atual conjunto de textos de caráter ensaístico, dedicados ao estudo da obra da grande poetisa. A Callipole, revista da Câmara Municipal de Vila Viçosa, é, há décadas, uma referência importante nas publicações nacionais de índole cultural.

Isso mesmo fez questão de acentuar Sara Pereira, docente da Universidade e Diretora da BGUÉ, na sua alocução de boas-vindas, em que ainda anunciou a organização de uma exposição sobre “Os Espancas”, assinalando o centenário do nascimento de Túlio Espanca, cujo espólio pertence à UÉ – e para cuja realização conta com a colaboração da autarquia calipolense.

Presente na cerimónia, o Presidente da Câmara Municipal de Vila Viçosa, Eng.º Luís Roma (ex-docente da Universidade de Évora), sublinhou o gosto particular da autarquia por esta homenagem à poetisa calipolense, materializada agora num volume cujo conhecimento considera indispensável ao estudo da obra de Florbela. Já o representante da editora Colibri, Dr. Fernando Mão de Ferro, destacou a lucidez e sensibilidade da autarquia no apoio a esta edição.

A sub-Diretora do Centro de Estudos em Letras da UÉ, Margarida Reffóios, apresentou a obra, citando a própria autora homenageada; assinalou a qualidade e variedade dos ensaios reunidos no volume e a importância absolutamente peculiar do espólio de Florbela, propriedade do Grupo Amigos de Vila Viçosa. Da mesma forma, Ana Luísa Vilela evocou a voz emocionada da poetisa, agradecendo todos os apoios recebidos para esta edição e para o projeto homónimo, coroado pela realização, em dezembro de 2011, de um Colóquio Internacional em Vila Viçosa.

António Velez, presente na sessão, lembrou ainda a existência da bela peça teatral de António Cândido Franco, A Primeira Morte de Florbela, que sugeriu levar à cena pelo seu grupo, a Sociedade Recreativa e Dramática Eborense.

Assim, na sala de Belas Artes da BGUÉ que, há cem anos, certamente a poetisa frequentou, fez-de de novo sentir o apelo lírico de Florbela – que está hoje, como antes, “exaltantemente viva”.

Ana Luísa Vilela

Publicado em 25.02.2013